Império Alemão
Chancelaria Imperial
Münchner Residenz, München.
München, 03 de setembro de 2021
PRONUNCIAMENTO DO CHANCELER IMPERIAL
Da PEC “Frankenstein”
- Na calada da noite de ontem foi aprovado, segundo o Senado Imperial, por unanimidade, o texto enviado pela Dieta de Bayreuth àquela Alta Casa Legislativa para revisão e voto, que versava a respeito da Federalização da Pátria Alemã.
- Insta que Nós nos manifestemos, eis que como Presidente da Dieta Imperial, fui o responsável por encaminhar o texto final de proposta normativa ao Orador do Senado, bem como enquanto parlamentar, fui um dos que votou e aprovou, no exercício da autoridade dada pelo sufrágio universal do Povo Alemão, a Federalização da Nação.
- Comporta dizer que a PEC aprovada não possui o animus legislandi que deu-lhe vida. As alterações feitas no texto original resultaram num recorte da verdadeira essência da Proposta de Emenda à Constituição.
- Portanto, cumpre informar a todos os eleitores que deram voz às suas vontades por intermédio de seus deputados, que a proposta enviada à sanção do Kaiser não é, de forma alguma, originada de seus eleitos e este Chanceler não foi convidado a tomar parte em qualquer das deliberações no bojo da PEC 04/2021.
- Como funcionários e serventes da vontade popular, os parlamentares da Baixa Casa Legislativa votaram e encaminharam proposta que, verdadeiramente, protegia os Estados Imperiais, os dava vigor, ao mesmo ponto que criava contrapesos e medidas de proteção para que não houvesse (i) temor de secessão e (ii) abandono das obrigações assumidas com a mudança de formato de organização de Estado de unitário para federado.
- Neste sentido, ausente o animus legislandi da proposta originária, era esperado que o Senado Imperial arquivasse o texto da Dieta e propusesse novo texto, à seus critérios e interesses. Novamente, cumpre reiterar que o texto aprovado não é aquele enviado pela Dieta, sequer possuindo a vontade legisladora que o concebeu. Todavia, o Senado Imperial preferiu ‘reformá-lo’ e não desvinculá-lo da Dieta, uma triste decisão.
- Como Führer der Föderalistischen Partei, bem como em nome dos Christdemokraten, é imperioso que ressaltemos que não é do interesse partidário a estrutura votada e aprovada pelo Senado e eventuais votos dados por membros de nosso Partido não refletem senão a vontade individual deste agremiado.
- Ciente de que protestos foram marcados para acontecer por toda extensão do Império, convido os simpatizantes da Causa Federalista à paciência e que se abstenham de protestar, ainda que legítimo direito da população alemã.
- Ainda que o Senado Imperial tenha votado e aprovado texto que não corresponde às expectativas do voto popular, cujos interlocutores, os Deputados Imperiais, legitimamente eleitos pelo sufrágio universal, direto e secreto, fizeram votar e aprovar de forma diversa ao encaminhado à Coroa, o respeito às instituições deve prevalecer e, como órgão de Estado legitimamente instalado, suas decisões não serão alvo de judicialização por parte do governo.
- Deste modo, mesmo que ao Poder Judiciário seja inafastável o dever de julgar ex aequo et bono quando provocado, o Governo Imperial entende que a decisão de sancionar ou não, independente das justificativas do Senado e de si próprio, compete tão somente ao Imperador Alemão.
- Cumpre ressaltar que, em questão jurídica, a justificativa, ainda que não formalmente divulgada, para a mudança no texto originário, não procede.
- Isto porque, segundo os Votantes, a forma de organização do Estado Alemão somente poderia ser mudada através de Reforma Constituinte e não via PEC. Acontece, todavia, que esta justificativa somente poderia proceder se houvesse expressa previsão constitucional, isto é, previsão do legislador dotado de poder constituinte originário, de que a forma de organização do Estado – unitário – é cláusula pétrea e, portanto, inalterável. Não é o caso.
- Neste sentir, cabe a este Chanceler e a este Governo respeitar as decisões institucionais, assim como se espera do Senado o mesmo respeito quanto às nossas decisões, em prol da harmonia e estabilidade institucional, tão necessária para o progresso – interesse comum – dos Alemães e da Alemanha.
- Finalizando, sugerimos ao Imperador da Alemanha que vete integralmente o texto enviado à sanção. Se não o veto integral, sugerimos que vete especificamente os artigos 1º, parágrafo único e 8º, parágrafo único.
- Por fim, o Governo Alemão garante à toda Pátria seu compromisso em formar um país forte, com pessoas fortes, justo, com pessoas justas e duradouro, com pessoas que amam a Nação. Continuaremos na labuta para a federalização alemã, ainda que nossos cabelos se tornem alvos.
Majestaticamente,
Sua Majestade o Rei da Batávia,
Príncipe Alfons-Filip von Hohenzollern
Chanceler do Reich