Vyšehrad, Praga, 8 de fevereiro de 2021 – Edição 40
O cenário político da eleição alemã
Partidos receberam registro da Justiça Eleitoral
Münster. A Justiça Eleitoral já emitiu o registro provisório dos novos partidos que irão disputar as cadeiras da Dieta Imperial na eleição prevista para os próximos dias. As antigas siglas da última legislatura eleita no segundo semestre de 2019 foram suplantadas por três novas agremiações, as quais reúnem tanto figuras históricas da sociedade alemã, quanto novos atores.
O primeiro partido a ser registrado foi a Aliança Democrática Cristã (CDA), encabeçada pelo barão de Mulhouse. Com um programa fundamentado em parâmetros da doutrina social católica, a CDA emerge como um protagonista novo do cenário graças aos efeitos criados pelo Tratado de Ehrenburg com Bauru e São Vicente. Formado por um pensamento de tradição progressista, a Aliança tem possibilidade de representar no parlamento a lacuna deixada pelo finado Partido Social-Democrata (SPD) na centro-esquerda alemã.
Outra sigla também formada foi o governista Partido Federalista dos Povos Alemães (FPDV) sob a liderança do rei batavo Afonso Filipe e do atual chanceler, o rei Venceslau da Boêmia. Com suas bases predominantemente no centro do espectro político, os federalistas apostam na maior descentralização administrativa do Império, algo que segundo seu programa, asseguraria maior protagonismo aos estados alemães como essência do projeto de desenvolvimento nacional. Isto colocado pressupõe a redução do papel político do imperador e um destaque maior à capacidade do parlamento em orientar a formulação dos assuntos domésticos do Reich, uma vez que representa a voz das comunidades locais no Legislativo alemão. Ainda iremos conferir se o peso da máquina governamental atualmente nas mãos do FPDV lhe oferecerá um desempenho eleitoral que permita sua ambição de continuar à frente da Chancelaria.
E, finalmente, em corrente mais à direita, encontra-se o terceiro grupo político formado pela União Popular Tradicionalista (TVB) que tem em suas fileiras o conde de Klagenfurt e o burgrave de Leitmeritz, ambos ex-chanceleres. Com sua plataforma almejando consolidar efetivamente o poder político da Coroa Imperial e de restringir as autonomias locais em favor de uma maior coesão nacional, os tradicionalistas apostam em uma retórica de cunho conservador como projeto político mais apropriado para a Alemanha. A experiência pregressa de seus membros mais destacados e o aceno para a faixa mais antiga da população são predicados fortes da TVB que pode tornar o partido em um desafiante à altura ao plano de recondução dos federalistas à Residenz München.
Embora uma leitura preliminar possa apresentar que os novos partidos reflitam tendências divergentes, uma verificação mais atenta demonstra que a democracia alemã consolida-se com visões de país que complementam-se em certa medida, ainda que oriundas de campos espectrais opostos. Não há sinais, até o presente momento, que possam sugerir uma perigosa polarização ideológica ou até uma inimaginável quebra do contrato social que sustenta o Império, mas à medida que a propaganda partidária for autorizada e começar a caça aos votos do maior eleitorado da Europa tudo pode acontecer. Uma certeza já se afirma: a nova Dieta Imperial representará o mais complexo cenário político nos vinte anos do Reich e o apogeu do desenvolvimento do Império Alemão. Resta ver como será o comportamento dos eleitores nas urnas.