O CASAMENTO REAL QUE SELA UMA NOVA ERA: KARL IV E CHARLOTTE II UNEM DESTINOS EM CHARLOTTENBURG

 

Berlim, 30 de março de 2025. No coração da Prússia, sob os sinos repicantes da catedral e os ecos da história que reverberam pelos salões do Palácio de Charlottenburg, em um dia que já nasce marcado para a posteridade, sob o céu cinzelado de Berlim, realizou-se o tão aguardado casamento entre Sua Majestade Karl IV Heinrich, Rei da Prússia, e Sua Sereníssima Alteza Imperial a Grã-Duquesa Charlotte II de Luxemburgo, unindo, em gesto de reverência à tradição e ao futuro, duas das mais veneráveis casas soberanas da Europa.

A união entre o monarca prussiano, nascido Alfons-Filip von Hohenzollern zu Bistritz, e a jovem grã-duquesa Charlotte Amalia Neuland von Luxemburg-Riedenberg, que passa agora a adotar oficialmente o nome de Charlotte Amalia von Luxemburg-Riedenberg und Hohenzollern-Bistritz, marca um dos momentos mais simbólicos da recente história das monarquias micronacionais.

A cerimônia religiosa deu-se na Catedral de Berlim, catolicizada desde a Coroação de Karl IV Heinrich, e conduzida por Sua Beatitude Antônio I, Patriarca da Igreja Católica Micronacional. Em clima de reverência e solenidade, o casamento foi celebrado com canto litúrgico tradicional e leitura de textos históricos relacionados às duas casas.

“O que aqui se une não são apenas dois corações, mas dois destinos históricos. Que este casamento traga estabilidade e paz não apenas aos que o contraem, mas às nações que os rodeiam”, afirmou o Patriarca em seu sermão, cuja íntegra será publicada nos Anais da Cúria.

A Grã-Duquesa vestia um traje digno da ocasião: um vestido de cetim marfim com bordados manuais em prata e pérolas, inspirado nos modelos das princesas da Casa de Nassau-Weilburg do século XIX. A tiara de brilhantes e safiras, pertencente ao tesouro luxemburguês, foi usada pela última vez há mais de cem anos. O Rei Karl IV trajava o uniforme cerimonial da Guarda da Águia Prussiana, adornado com as insígnias do Grão-Mestrado da Ordem  da Águia Prussiana, do Grão-Colar da Mais Antiga Ordem da Cruz de Ferro, do Grão-Colar da Mais Nobre Ordem de Otto o Grande.

O templo encontrava-se repleto. Vestidos cerimoniais, capas de gala e uniformes de ordens de cavalaria compunham um cenário digno das mais solenes ocasiões. Sua Majestade Imperial o Kaiser Fernando V, presente à cerimônia, acompanhou cada momento com olhar atento e discreto sorriso de aprovação. Fontes próximas ao Palácio confirmaram que o casamento fora cuidadosamente acompanhado pela SIRE e classificado como “ato de alta relevância diplomática”.

A cerimônia reuniu um público seleto e imponente. Entre os presentes, destacavam-se os mais altos dignitários do Império Alemão, ministros imperiais, representantes da nobreza germânica, chefes de Estado micronacionais da Europa e das Américas, e representantes eclesiásticos, todos compostos sob o rigor do protocolo. Todos usavam trajes de gala e condecorações que reluziam sob a luz filtrada dos vitrais.

Estavam presentes, além de Suas Germânicas Majestades Imperiais o Kaiser Fernando V e a Kaiserin Elizabeth, Sua Majestade Real e Paulista o Rei de Bauru e São Vicente Gustavo I Toniato, Sua Majestade Rodolfo II da Kováquia, Sua Majestade o Rei da Escorvânia o Kfah Abbas I, o Príncipe-soberano de Liechtenstein Carlos Eusébio, Sua Alteza o Príncipe da Boêmia Carlos Gustavo de Vysehrad, Sua Majestade o Rei da Meridionália João I, Sua Majestade o Rei de Aragão Augusto I Henrique, Sua Alteza Imperial a Princesa Katherina de Vysehrad, além de vários outros dignitários como toda a nobreza luxemburguesa e prussiana, bem como toda nobreza imperial germânica.

Esteve também presente o Governo Imperial da Alemanha, com Sua Magnífica Senhoria o Burgrave Palatino de Klagenfurt Konrad Otto de Hohenzollern sendo convidado especial junto dos demais Hohenzollern e Riedenberg presentes, como Sua Majestade o Rei da Escandinávia Björn IV Nyttland, avô da noiva, e Sua Majestade o Imperador Victor I dos Deltarianos, tio da noiva, bem como Sua Majestade o Rei de Nova Normandia Carlos III de Markwardt. Sua Majestade a Imperatriz Viúva e Rainha-Mãe da Baviera, Juliana de Hohenzollern, mãe do noivo, chamou profundamente a atenção de todos, em sua primeira aparição pública após a morte de Guilherme III.

Todos os Príncipes Imperiais estiveram presentes, Sua Majestade o Rei de Württemberg, augustíssimo pai da noiva, Frederico II de Württemberg-Riedenberg, Sua Sereníssima Alteza Imperial o Arquiduque da Áustria Vitor de Oldenburg, Sua Majestade o Rei de Hanôver Jorge VI Augusto de Hanôver-Vestfália, Sua Majestade o Rei da Baviera Luís IV de Hohenzollern, irmão do noivo, e Sua Majestade o Rei de Esparta e Grão-Duque de Mecklenburg Henrique VI de Mecklenburg-Agiaden, também irmão do noivo. As (e os) consortes estiveram igualmente presentes.

A cerimônia civil e o banquete deram-se após a Santa Missa, com cortejo escoltado pela Guarda da Águia Prussiana, vestida em uniformes históricos com estandartes reais e lanças douradas. O carro do casal foi uma berlina de vidro e prata, restaurada especialmente para o evento. Durante o trajeto entre a Catedral e o Palácio, milhares de súditos acompanharam em tempo real e por transmissões autorizadas, com comentários históricos e musicais.

O banquete real contou com trinta e cinco pratos principais, harmonizados com vinhos de Tréveris e espumantes luxemburgueses. Entre os pratos mais comentados, estavam o faisão defumado com ervas das Ardenas e o creme bávaro de frutas silvestres. O cardápio foi elaborado por chefs das cortes aliadas, simbolizando a amizade entre as casas.

No salão de baile, a Orquestra Filarmônica de Berlim executou valsas, mazurcas e fanfarras compostas para a ocasião, entre elas a marcha de entrada “Charlotte in Licht” e a suíte cerimonial “Königlicher Bund“. A primeira dança do casal foi saudada com vivas entusiásticos e salva de palmas de sete minutos. Durante a festa, em homenagem à estação berlinesa, a música mais tocada foi Vivaldi em A Primavera.

Num intervalo durante o banquete, iniciou-se com um discurso raramente emocionado de Sua Majestade Karl IV Heinrich, que relembrou as raízes prussianas de sua casa e exaltou a importância do matrimônio real como expressão de união política e compromisso com a estabilidade institucional. Em palavras elegantes e sinceras, o monarca declarou: “Este casamento é mais do que um pacto pessoal. É um símbolo de aliança entre povos irmãos, uma ponte entre tradições que se entrelaçam no presente com olhos postos no futuro.

A Grã-Duquesa, por sua vez, dirigiu-se aos convidados em francês e alemão, declarando sua emoção por unir-se ao povo prussiano e ao serviço de um ideal comum de civilização, honra e continuidade histórica. “Le destin d’un peuple se forge aussi dans les unions du cœur. Je suis prête à servir le Royaume avec loyauté et ferveur“, disse, recebida com aplausos calorosos.

Os momentos mais simbólicos do evento deram-se durante os brindes cerimoniais, quando o Kaiser Fernando V, por mensagem imperial lida em nome do Trono Alemão, exaltou a figura do monarca prussiano como pilar de estabilidade no Império, e homenageou a Grã-Duquesa Charlotte por sua “elevada vocação dinástica, sua educação refinada e seu espírito de concórdia entre nações“. O Kaiser referiu-se ao casamento como “um dos momentos mais sublimes da Monarquia Europeia neste século.”

A noite encerrou-se com uma exibição de música de câmara e danças tradicionais germânicas e luxemburguesas. Os recém-casados retiraram-se à Ala Norte de Charlottenburg, onde cumprirão o recolhimento cerimonial de sete dias, conforme costume prussiano.

No final da noite, sob os jardins do palácio iluminados por tochas, uma queima de fogos simbólica selou o evento, seguida de cem tiros de canhão da Reichslegion.

O casamento real de Karl IV e Charlotte II foi, segundo analistas diplomáticos, mais do que um acontecimento social: representou um novo capítulo no fortalecimento das relações germânicas e na coesão do mundo micronacional europeu. Resta agora aos cronistas a tarefa de registrar não apenas o brilho da ocasião, mas a profundidade de seus significados para o presente e o porvir.

Assim, diante de testemunhas ilustres e de olhos voltados do mundo inteiro, Prússia e Luxemburgo não apenas celebraram um casamento — mas selaram um ciclo de confiança, continuidade e renovação. A História, mais uma vez, foi escrita em letras douradas sob as abóbadas de Charlottenburg.

OS DISCURSOS

De Karl IV Heinrich, Rei da Prússia e Grão-Duque Consorte de Luxemburgo:

Senhoras e Senhores,

Augustos Soberanos, Altezas Reais e Sereníssimas,

Digníssimos Representantes das Nações Amigas,

Nobres membros da Corte Prussiana,

Caros amigos, súditos e irmãos na fé, na civilização e no reinado,

Permitam-me, neste instante em que o ouro da solenidade se mistura ao prateado das emoções humanas, proferir palavras que não nasceram do protocolo, mas da alma — palavras que, embora pronunciadas por um rei, são antes de tudo expressão de um homem profundamente tocado pela honra que hoje se cumpre em sua vida.

Neste dia singular, em que me uno, diante de Deus, da Igreja e das Nações, à Grã-Duquesa Charlotte II Amalia, desejo não apenas agradecer, mas também refletir convosco sobre o sentido mais elevado desta união.

A tradição da minha Casa — a de Hohenzollern-Bistritz — é uma história de resiliência, de construção paciente, de zelo pela ordem e de fidelidade a um ideal. Uma história que se inscreve nas páginas da Prússia como alicerce de sua dignidade. Hoje, ela se entrelaça com a tradição não menos venerável da Casa de Luxemburgo-Riedenberg, cuja linhagem, cultura e senso de missão engrandecem esta aliança.

Mas o que celebramos aqui não é somente uma continuidade genealógica. É a renovação de uma esperança. Este casamento é mais do que um pacto pessoal. Ele é um símbolo. Um elo que une não apenas duas pessoas, mas dois povos, duas tradições e dois projetos históricos que se convertem num só rumo — aquele da unidade, da civilização e da ordem.

Na figura de Charlotte, vejo a síntese rara entre nobreza e modernidade, entre lucidez política e ternura feminina, entre herança e promessa. Sua presença neste trono será não apenas a de uma consorte, mas a de uma verdadeira companheira de missão — guardiã da cultura, voz dos justos e farol de nossa juventude.

Olho este salão e vejo não apenas o reflexo de uma celebração. Vejo os olhos atentos de aliados, de irmãos de armas e de fé, de chefes de Estado com quem compartilhamos mais do que tratados: compartilhamos valores. A presença de todos vós aqui é uma declaração silenciosa, mas eloquente, de que as Monarquias ainda sabem cultivar a memória, a honra e a responsabilidade.

Que este casamento seja lido, pois, como um gesto de paz, como uma oferta de estabilidade, como um marco de continuidade. Que nossos filhos, e os filhos deles, possam olhar para este dia e dizer: ali se firmou não apenas uma casa, mas um caminho. Ali se reacendeu a tocha da aliança, e com ela, a certeza de que ainda é possível confiar na boa forma, na boa fé e na boa realeza.

Permitam-me, ao concluir, render graças a Deus, a quem consagro esta união; ao Patriarca Antônio II, pela elevação com que conduziu a cerimônia; ao povo prussiano, que me confiou sua história; ao povo luxemburguês, que agora também se torna parte de minha vocação como Grão-Duque Consorte; e, acima de tudo, ao Kaiser Fernando V, que nos honra com sua orbe; e a cada um dos presentes, pela amizade e pelo apreço.

À minha esposa — agora Rainha — entrego não apenas um anel, mas minha vida, minha causa, minha fidelidade, e meu coração. Que Seu nome brilhe com justiça, e que de Seu exemplo surjam frutos de luz para todos os povos.

Viva a Prússia. Viva Luxemburgo. Viva o Império. Viva a Monarquia.

 

De Charlotte II Amalia, Grã-Duquesa de Luxemburgo e Rainha Consorte da Prússia

Altesse Impériale,

Majestés Royales et Sérénissimes,

Distingués Représentants des Nations,

Chers amis, membres des Cours et du Peuple prussien,

C’est avec le cœur rempli de gratitude que je m’adresse à vous ce soir, en ce lieu que j’apprends désormais à nommer “notre demeure”. Ce banquet, cette lumière, ces visages venus de tous les horizons, tout cela me touche plus que je ne saurais le dire. Mais au-delà de l’émotion, je ressens un profond appel — celui du devoir, de l’histoire et de l’avenir.

Hoje deixo de ser apenas filha de Luxemburgo. Hoje torno-me, com plena consciência e livre afeição, Rainha Consorte da Prússia. E este título, que recebo como honra, assumo como missão.

Le destin d’un peuple se forge aussi dans les unions du cœur. O destino de um povo também se constrói nas uniões do coração — uniões que nascem da aliança entre duas almas, sim, mas também da confiança entre duas Nações, da convergência de valores, da partilha de sonhos.

A Casa de Luxemburg-Riedenberg, de onde venho, é uma casa de tradição, mas também de reflexão. Desde muito jovem fui ensinada a enxergar nos símbolos não apenas ornamentos, mas compromissos; e nos ritos, não apenas formalidades, mas vínculos sagrados. Ao unir-me a Alfons, uno-me a essa Prússia que aprendi a admirar — não apenas por sua força e legado, mas por sua elegância moral e espiritual, firmeza e ordem. E ele, igualmente, une-se a Luxemburgo.

E que povo encantador é o vosso! Em cada saudação que recebi, em cada olhar respeitoso, em cada gesto de hospitalidade nestes dias — vi espelhado aquilo que um trono não pode comprar: a verdadeira realeza do coração, a verdadeira devoção a quem suporta a Coroa.

Ich gelobe heute vor euch allen, mit aller Demut und mit aller Kraft, dass ich dem Königreich dienen werde — mit Würde, mit Eifer, und mit unerschütterlicher Treue.

Declaro diante de todos: servirei este Reino com dignidade, com zelo e com lealdade inquebrantável. Estarei onde me chamarem — na liturgia, na caridade, na diplomacia, na cultura. E caminharei lado a lado com meu esposo, não como sombra, mas como coluna. Assim como ele o fará para com Luxemburgo.

Desejo também saudar os representantes aqui presentes, das Nações amigas, e reafirmar que, como Rainha Consorte, estarei aberta ao diálogo e ao intercâmbio entre nossas Cortes. A união entre Casas não deve limitar-se aos nossos nomes: ela deve ser ponto de partida para novas formas de cooperação cultural, acadêmica e diplomática.

A todos vós, que viajaram para testemunhar este dia: recebei meu agradecimento eterno. Que levem aos vossos povos minha saudação sincera e meu respeito. E que saibam que há em mim, desde hoje, uma alma que se tornou também prussiana — por afeição, por juramento e por destino.

À Vossa Majestade, meu amado esposo: obrigada. Por me confiar teu nome, tua coroa e teu coração. Caminharei contigo, onde quer que fores, com firmeza e com fé. E sei que será recíproco.

Vive la Prusse. Vive le Luxembourg. Vive la fidélité entre les peuples.

 

Do Kaiser Fernando V da Alemanha, Rei da Boêmia:

À Sua Majestade Prussiana o Rei Karl IV Heinrich,

À Sua Sereníssima Alteza Imperial a Grã-Duquesa Charlotte II Amalia,

Às Coroas presentes e às Nações amigas,

Ao Povo da Prússia e da Grande Germânia,

Nesta noite esplêndida, em que as luzes da civilização brilham com renovada intensidade sobre os salões deste belíssimo Palácio de Charlottenburg, cumpre-me dirigir, como Soberano deste Nosso Império Alemão, uma mensagem de apreço, de honra e de exaltação àquilo que este casamento representa: para os noivos, um laço de afeto selado pelo sacramento; para as Nações, um gesto de confiança e aliança; para o Império, um símbolo de continuidade dinástica e estabilidade moral.

O Rei da Prússia, Sua Majestade Karl IV Heinrich, não é apenas um monarca aliado ou apenas Nosso estimado sobrinho. É um irmão de alma e um pilar de integridade entre os tronos germânicos. Sua conduta, marcada por ponderação, decoro e fidelidade às formas da Coroa, tem sido, desde sua ascensão, espelho para os demais soberanos e honra para a Germanidade.

Sob sua liderança, a Prússia reencontrou não apenas sua força institucional, mas também sua vocação espiritual. O Rei Karl IV provou que é possível exercer o poder com sensibilidade, governar com firmeza sem autoritarismo, e guardar as tradições sem cair no anacronismo. Por isso, sua união, hoje, é celebrada não apenas com festa, mas com reverência.

À Grã-Duquesa Charlotte II Amalia, agora Rainha Consorte da Prússia, estendemos o braço cerimonial do Império com respeito profundo. Sua Alteza representa o que há de mais digno na tradição luxemburguesa — uma linhagem cultivada na elegância, na erudição e na moderação. A nobreza de seu espírito, aliada à serenidade de seu temperamento, garantem à Prússia não apenas uma Rainha, mas uma guardiã da memória, da cultura e da esperança.

Permitam-me, portanto, afirmar sem hesitação: este casamento é, sem sombra de dúvida, um dos momentos mais sublimes da Monarquia Europeia neste século. Ele não une apenas duas Casas, mas dois projetos de mundo: o da lucidez com raízes e ordem, e o da tradição com horizonte e sutileza. Ele nos recorda que a aliança matrimonial, quando bem celebrada, edifica não apenas famílias, mas reinos.

Aos povos aqui representados, digo: olhai para a Prússia. Vede nela o exemplo de uma Nação que permanece de pé porque permanece fiel. Olhai a Luxemburgo, vejam o futuro, a beleza, a sutileza e a cor que ilumina nosso Império. E que este matrimônio, firmado com a bênção da Igreja e a presença das Nações, seja lido por todos como um sinal dos tempos — tempos que pedem firmeza, compostura e fidelidade àquilo que é eterno.

Aos agora Reis da Prússia e Grão-Duques de Luxemburgo, todo nosso respeito. Ao Reino da Prússia, nossa aliança perpétua. A Luxemburgo, nossa estirpe à disposição. Ao futuro comum deste Nosso Império, nossa esperança serena e renovada.

 

De Frederik II, Rei de Württemberg:

Majestades Imperiais, Reais e Sereníssimas,

Altezas, Eminências, Ilustres Dignitários e amigos reunidos nesta noite memorável,

Permitam que vos fale, não apenas como soberano, mas como pai — e como tal, um homem profundamente tocado por um misto de alegria, reverência e nostalgia.

Hoje vejo minha filha, minha Charlotte, cruzar o limiar que a conduz de nossa casa para uma nova pátria, uma nova missão, um novo nome. Mas vejo também que ela não o faz sozinha, tampouco hesitante. Ela entra nesta nova etapa com o olhar firme, o coração em paz e o espírito pronto. E é assim que se reconhece uma verdadeira princesa: não por seus títulos, mas por sua firmeza diante dos destinos que lhe cabem.

Charlotte sempre foi, desde menina, dotada de uma sensibilidade rara. Discreta, mas firme. Dócil, mas jamais submissa ao que não fosse justo. Culta, mas profundamente ligada à simplicidade do gesto certo. Na juventude, não buscava aplausos, mas harmonia. E creio que foi essa mesma harmonia que a trouxe hoje até aqui, unindo-a ao coração do povo prussiano — e, sobretudo, ao coração de um Rei.

Majestade Karl IV Heinrich — meu agora genro e irmão de sangue régio —, entrego-vos hoje não uma filha, mas uma companheira, uma conselheira, uma Rainha feita com rigor, ternura e razão. Que a trateis com o amor que sua alma delicada merece; com o respeito que sua dignidade inspira; e com a confiança que toda aliança verdadeira requer.

A Prússia, nobre nação de valor inabalável, ganha hoje mais do que uma consorte real: ganha uma filha que nela crê, que nela deseja servir, e que, sem jamais renunciar às suas raízes luxemburguesas e württemberguenses, se oferece de coração inteiro à nova pátria.

E a vós, reunidos aqui — chefes de Estado, embaixadores, dignitários e amigos —, agradeço pela honra de vossa presença. Este casamento não é apenas uma ocasião de celebração privada, mas um gesto de confiança entre famílias, entre tronos e entre visões de mundo que ainda creem no poder moral da monarquia.

E agora, permitam-me conceder a palavra à Rainha de Württemberg — minha consorte e mãe da noiva —, para que ela, com a delicadeza que a define, possa encerrar esta nossa saudação de pais com a bênção do coração materno.

 

De Maria Karolin, Rainha Consorte de Württemberg:

Querida filha, querido genro,

Queridos amigos,

Hoje meu coração pulsa em muitos ritmos: o da saudade, o do orgulho, o da oração. Vejo Charlotte — minha filha — não partir, mas florescer. E vejo em seus olhos aquilo que toda mãe deseja ver no rosto de uma filha no dia de suas núpcias: serenidade.

Aos que aqui vieram, digo: não há riqueza maior para uma rainha do que ver sua filha reinar com sabedoria. E é isso que peço aos céus nesta noite: que reine com bondade, com força, e sobretudo com amor.

À Coroa Prussiana, entregamos hoje o que temos de mais precioso — e fazemos isso com alegria, pois confiamos no vosso Rei, na vossa história e na vossa nobreza.

Que Deus abençoe este casal. Que abençoe a Prússia e o Luxemburgo. Que abençoe todos os que ainda acreditam no valor sagrado das famílias reais e dos pactos que atravessam os séculos.

 

De Douglas von Hohenzollern-Pellegrini, Ludwig IV da Baviera proferido em nome de Guilherme III Luís, Imperador Defunto da Alemanha

Majestades, Altezas, Eminências,

Digníssimos Chefes de Estado,

Nobres companheiros da Coroa, queridos amigos,

Nesta noite, há um lugar vago nesta mesa — e, ao mesmo tempo, há uma presença que paira sobre nós com a mesma intensidade com que pairam os estandartes imperiais neste salão. Não há quem ignore que falta aqui um homem: nosso pai, o Imperador Guilherme III Luís, cuja ausência se impõe como uma sombra suave, que não escurece a celebração, mas lhe dá densidade e verdade.

E é em nome dele que vos falo. Como filho, como irmão mais velho de Alfons, como testemunha da infância que compartilhamos e do legado que nos moldou. Falo com voz própria, sim — mas carrego nesta voz algo que é maior do que eu: a memória de um homem que nos ensinou a reinar com compostura, a sofrer com dignidade, e a amar com pudor.

Alfons, não Karl,

Sei que neste dia teus olhos buscaram, mais de uma vez, o vazio que ocupava o assento onde nosso pai estaria. E sei que essa busca doeu. Mas permito-me dizer, com convicção fraterna e ternura adulta: ele estava lá. Ele está aqui. Ele vive em ti.

Ele vive na maneira como caminhas com o manto, com passo calmo e cabeça erguida. Ele vive na maneira como ouves os outros antes de falar, como ponderas antes de julgar. Vive nos teus silêncios — os mesmos que dele herdaste — e no teu modo de defender a Prússia sem jamais levantar a voz.

Tu foste o filho mais jovem, mas não o menor. Foste, por longos anos, aquele que cresceu à sombra das paredes altas do Palácio Imperial de Nymphenburg — e no entanto, soubeste, sem alarde, tornar-te o herdeiro da força e da sensatez.

Nos momentos em que o trono vacilou, foste a pedra discreta que não se moveu. Quando outros buscaram glória, tu buscaste propósito. E quando o Reino chamou, não hesitaste. Tenha sido na Borgonha ou aqui na Prússia.

Hoje, tornas-te esposo — e, de certo modo, pai de uma nova etapa da Prússia e de Luxemburgo. Pois casar-se, para nós, não é apenas amar. É assumir a responsabilidade de ser ponte entre gerações.

Charlotte,

Poucas vezes vi, em alguém tão jovem, a serenidade de uma mulher destinada à realeza. Não ao fausto — mas ao dever. Não à vaidade — mas à missão.

Entregas tua mão com graça, mas é tua inteligência e teu coração que já conquistaram este povo. A Prússia — terra de aço e palavra firme — encontrou em ti o ouro silencioso da delicadeza forte. E isso, minha cara cunhada, vale mais do que qualquer joia do tesouro imperial.

Em nome de nosso pai, que te teria acolhido com honra e estima, digo: sê bem-vinda à nossa casa. E sê forte — porque é preciso força para ser Rainha.

Aos amigos aqui presentes, dos quatro cantos do micronacionalismo, digo: este casamento não é apenas um ato familiar. É uma declaração política. É a renovação de um pacto que sustenta o Império — o pacto entre a fidelidade e a forma.

Senhores,

A todos os presentes, agradeço por honrarem este casamento não apenas com vossas presenças, mas com vossas bênçãos. Que levem consigo a certeza de que presenciaram aqui algo maior do que uma união nupcial. Presenciaram o renascer de um ciclo, a continuação de um império moral, uma reedição silenciosa daquilo que mantém viva a Europa digna: o dever.

E, antes que o vinho do brinde se derrame, deixai-me levantar minha taça, não com as palavras de um orador, mas com o coração de um irmão:

Ao casal real — que Deus vos conceda muitos anos, e a graça de fazê-los valer.

À memória de nosso pai — que tua ausência continue gerando fidelidade.

À Prússia — que ela jamais esqueça que o amor é também uma forma de governo.

E à Monarquia — que continue sendo, como hoje, a arte de tornar eterno aquilo que é verdadeiro.

Ao Império — nosso sangue, alma e espada.

 

Deus salve os Reis da Prússia e Grão-Duques de Luxemburgo. Deus salve o Kaiser. Deus salve o Império Alemão!