Vyšehrad, Praga, 23 de julho de 2019 – Edição 21
Ação Solene de Entronização de Sua Majestade o Rei da Boêmia na Catedral de São Vito
Às 09h00 da manhã de 23 de Julho do Ano da Encarnação do Senhor de 2019, na Catedral de São Vito, em pleno coração espiritual do Castelo de Praga, o Excelentíssimo Senhor Arcebispo de Mainz Dom Carol Albert Costin, por mandato especial, determinou que se iniciasse a cerimônia de sagração e coroação de Ferdinand Jindřich, 81º Burgrave de Praga, Conde de Vyšehrad, Cavaleiro Grande Cruz da Ordem da Cruz de Ferro e Condestável da Ilustríssima Ordem do Cisne, eleito por Sua Majestade Imperial como Rei da Boêmia.
O ingresso dos convidados a Catedral de São Vito se iniciou com a abertura de suas portas às 09h30 da manhã, o Mestre de Cerimônias da Cúria Arquiepiscopal anunciou a chegada dos membros das delegações estrangeiras, dos oficiais militares da Guarda Imperial, de Sua Sereníssima Alteza Imperial o Príncipe da Vestfália, de Sua Sereníssima Alteza Imperial o Príncipe da Baviera, de Sua Sereníssima Alteza Imperial o Grão-Duque de Luxemburgo, de Sua Sereníssima Alteza Imperial o Margrave de Königsberg, do Ilustríssimo Senhor Conde de Klagenfurt, bem como fizeram também o seu ingresso ao templo o Ilustríssimo Senhor Barão de Wehlau, o Cavaleiro de Kyburg e o Cavaleiro de Leitmeritz, e os demais membros da nobreza alemã.
Às 10h em ponto, hora local, o cântico de entrada anunciava o ingresso de Sua Majestade o Kaiser no templo e imediatamente atrás o clero responsável por oficiar a cerimônia.
AÇÃO LITÚRGICA
O Arcebispo de Mainz, parado ao ingressar no Altar, faz-lhe a reverência devida fazendo o sinal da cruz e diz em voz alta:
Esta assembleia santa se reúne hoje para testemunhar a elevação de um homem à sagrada condição e dignidade real pela unção sagrada e imposição da coroa que pela vontade de Sua Majestade o Kaiser assim determinou.
Fernando, por quase 15 anos tu serviste com lealdade à sagrada coroa de Guilherme III, ocupou as mais variadas funções, acatou e cumpriu todas as ordens e pedidos que lhes fora dado. Os anos que aqui servistes são testemunhas perenes e fiéis, de forma pioneira e heroic.a Por contributo de tuas mãos ajudaste a edificar o Reich e tudo mais que hoje vemos diante de nossos olhos, buscou laboriosamente fazer da Alemanha um projeto frutífero tendo hoje iniciado a colheita daquilo que plantou outrora.
Quis o beneplácito imperial te ornar com a áurea Coroa de São Venceslau na condição de rei, fiel e servidor do bom povo boêmio. Hoje receberá por imposição da coroa as dádivas que jorram sem cessar da fonte majestática de Guilherme III. Fernando, você trabalhou incansavelmente em favor da paz e do diálogo entre a comunidade internacional e também por árdua contribuição sua ao reinado de Guilherme da Alemanha conheceu dias de paz e constante desenvolvimento, bem como o reconhecimento e amizade imprescindível dos principais Estados da Lusofonia.
Por isso, após proclamação do Diploma Nobiliárquico Imperial assinado e chancelado ontem por Sua Majestade Imperial, apresenta-se hoje diante de nós para pedir sua unção e confessar o seu juramento solene ao Kaiser. O que consentimos e damos seguimento.
O Arcebispo determinou que entrasse a procissão da Regalia Real da Boêmia. Em procissão entraram na catedral pela porta oeste os oficiais da corte portando a Sagrada Coroa de São Venceslau, o Cetro Real, o Anel do Compromisso, a Espada da Justiça, o Orbe Crussinger, as Esporas e o Manto Magno. A Regalia foi depositada diante do Altar Mor, após a entrada desta seguiu-se o ritual de coroação com Sua Majestade Imperial ordenando que viesse à sua presença aquele que vai receber a Santa Coroa de São Venceslau.
O Arcebispo então conduziu o Eleito até diante de Sua Majestade Imperial que deu início a sabatina:
Fernando, promete e jura solenemente governar o povo do Reino da Boêmia e de todos os territórios que fazem ou vierem a fazer parte deste, respeitando os compromissos que fizerdes de proteger aqueles que nós confiamos a tua proteção. Você promete e jura cumprir e fazer cumprir as leis imperiais e nossas determinações em vista do bem comum e da unidade e integridade imperial, bem como promete e jura lealdade a Nós e nossos sucessores, e jura manter a Boêmia em união eterna e indissolúvel ao Império trabalhando sempre e incessantemente para que se preserve constantemente a unidade e a paz que hoje existe dentro de nossas fronteiras imperiais, bem como promete cumprir e fazer cumprir as determinações passadas e as que ainda estiverem por vir emanadas das instituições imperiais, bem como promete e jura proteger e guardar a integridade do povo alemão e do seu território, cultura, história e costumes?
Sim, eu prometo e juro com ajuda de Deus, disse o Eleito.
Fernando, com esta espada, símbolo da força do Estado e do poder do Povo, sejas investido como sentinela e fiel defensor da fé, dos costumes e de todas as gentes que buscam refúgio sobre a gloria de tua coroa e a nossa.
Após o juramento, o Arcebispo veste nos tendões dos pés do eleito as esporas reais e cinge a sua cintura com a espada. Neste momento o Imperador volta ao seu trono.
Com o Eleito tendo diante de si o Arcebispo de Mainz, este determina que suas vestes sejam abertas nas costas na altura de suas espaldas e as articulações de seus braços, afim de iniciar a unção. Os assistentes do sólio arquiepiscopal apresentam ao Arcebispo de Mainz uma patena de ouro, o óleo do santo crisma e uma caneta de ouro. O Arcebispo com a caneta retira 5 gotas do santo crisma e deposita sobre a patena, e com os dedos da mão direita traça o sinal da cruz nas espaldas e articulações dos brações do eleito, depois em seus punhos e suas mãos, depois em seu peito e por fim no alto de sua cabeça e em sua fronte, depois impõe as duas mãos sobre a cabeça do eleito que neste momento já está de joelhos, e diz a oração formal de consagração:
Deus eterno, Todo poderoso, Criador e Governador dos Céus e da Terra, Criador dos anjos e dos homens, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Tu que abençoaste Abraão, teu servo fiel, para triunfar sobre os seus inimigos, que criastes para o mais alto dos reis, Davi, seu humilde servo, e o retirou da boca do leão, e da pata da besta, e também de Golias e da espada maligna de Saul, enriqueceu Salomão com o maravilhoso dom da sabedoria e da paz, perdoa e aceita nossas humildes orações, e multiplique os dons das Suas bênçãos sobre este Seu servo, Fernando, que com toda humilde devoção, nós, recebemos como Rei da Boêmia, de modo que fortalecido pela fidelidade de Abraão, possuído pela paciência de Josué, inspirado na humildade de Davi, adornado com a sabedoria de Salomão, ele pode ser para vós sempre agradável e ande cada vez mais sem ofensa no caminho da justiça, e, em seguida, com tão sábio socorro, projeta o seu reino terreno e todas as pessoas que pertencem a ele, que ele administre com justiça, que com a mesma justiça puna os inimigos da paz e da estabilidade, que ele não abandone seus direitos sobre o Reino Boêmio, mas ajudado por ti, para que seja alegre pela fidelidade de todo o povo e com o capacete da tua proteção, e sempre guardado com o invencível escudo e cercado pelos exércitos celestiais, ele pode triunfar alegremente sobre seus inimigos, fazer com que o infiel tema seu poder e, com alegria, trazer paz para aqueles que lutam sob a sua bandeira. Admita-o por muitas graciosas bênçãos com a graça do Espírito Santo. Amém.
O Arcebispo de Mainz terminou este ato solene dizendo:
“Eu te consagro com o óleo sagrado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
Novamente o Eleito é vestido e composto, e sobre seus ombros é posto o Manto, depois é conduzido ao trono com o auxílio dos principais nobres da Alemanha, uma vez sentado no trono. Sua Majestade Imperial toma em suas mãos a sagrada Coroa de São Venceslau e a deposita sobre a cabeça do Eleito, enquanto o coro canta a antífona de Zadok, o Sacerdote. Sua Majestade Imperial, então, em voz alta proclama:
Que o Rei viva para sempre!
Após a coroação o Arcebispo com as mãos impostas ao coroado disse então esta fórmula seguinte:
Deus Todo-Poderoso ungiu este Rei para governar com justiça e firmeza, como ungiu seus sacerdotes, reis, profetas e mártires, que pela fé subjugaram reinos, exerceram justiça e obtiveram as promessas. Que esta Tua tão sagrada unção caia sobre a sua cabeça, descenda dentro e penetre até o próprio coração, e que, pela Sua graça, seja digno das promessas, que os Reis mais famosos obtiveram, de modo que em toda felicidade ele pode reinar nesta vida presente, e pode ser um com eles no teu reino celestial, por causa do nosso Salvador Jesus Cristo, seu Filho, que foi ungido com o óleo de alegria acima de seus semelhantes, e em virtude da cruz triunfou sobre os poderes do ar, e destruiu o Inferno, e derrotou o reino do Maligno, e ascendeu ao céu como conquistador, a quem pertence toda vitória, glória e poder, e que vive e reina em unidade convosco e pelos séculos dos séculos. Amém.
Terminada a ação litúrgica todos os nobres alemães estão à volta do trono e o Impe
rador, de pé, à direita do coroado com a mão sobre seu ombro. O Arcebispo diante do coroado perguntou:
Por qual nome régio quereis ser conhecido, Majestade?
E o coroado respondeu: Venceslau, o quinto de meu nome.
O Arcebispo então disse: Que assim seja! E então oscula a face direita do coroado dizendo em voz alta: Eis Venceslau, o quinto de seu nome! Que viva para sempre!
Após isso todos os presentes saúdam o novo rei dizendo em alta voz: Que viva para sempre!
A terminada a celebração de unção o Arcebispo e todo o clero presente oficia o Solene Te Deum, dando a benção episcopal. A cerimônia então foi encerrada com a execução do hino nacional alemão. Durante sua execução foi hasteada no mais alto mastro sobre o Castelo de Praga a bandeira alvirrubra do Reino da Boêmia.