Vyšehrad, Praga, 1º de junho de 2019 – Edição 18
O fim da crise franco-germânica e a nova fronteira da Europa
Após um período de aproximadamente dois anos de completo rompimento diplomático, Paris e Munique selaram finalmente a paz. A sequência interminável de controvérsias entre as duas nações abrangeu praticamente todos os níveis institucionais e estendeu-se para muito além das fronteiras tradicionais. Agora, com cordiais acenos de ambos os lados, o mapa europeu foi remodelado pelo Tratado de Dijon.
Os termos do tratado assinado por França e Borgonha (através da Alemanha e Maurícia) no último dia 23 de maio restituem a plena soberania francesa sobre os territórios borgonheses setentrionais e possibilitou o reconhecimento por parte do rei francês ao condomínio mauri-germânico no Ducado que ocupa os territórios dos antigos Países Baixos.
Como gesto da boa-vontade restaurada entre franceses e alemães foram trocadas condecorações entre os chefes de Estado. O Kaiser nomeou Louis-Philippe II da França para Ordem da Cruz Ferro e a princesa Elizabeth, duquesa de Anjou recebeu a medalha da Cruz de Ferro do Mérito Diplomático. Por reciprocidade, Sua Majestade francesa recebeu o imperador Wilhelm III e o Burgrave de Praga na Ordem do Imperador Carlos Magno. Todos voltaram para suas pátrias alegre e honradamente enfaixados em suas novas medalhas e colares nobiliárquicos.
A reversão do divórcio entre França e Alemanha coincide com um novo capítulo da diplomacia lusófona. Capitaneada pelos alemães e com o apoio de sócios de dentro e de fora da Europa, a Organização das Micromonarquias Lusófonas (OML) ressurge no horizonte impulsionada pela Cúpula de Praga, da qual participaram Alemanha, Brigância e Afrikanda, Espanha, Portugal e Algarves, Escandinávia, Itália e Escorvânia no último dia 19 de maio com o melhor da hospitalidade germânica.
Com a aparente falência da Liga das Micronações e com alguma ou outra iniciativa menor aqui e ali, a OML é um clássico com a aparência de relíquia arqueológica dos primórdios da Lusofonia que renasce para não se limitar a um clube de vaidades majestáticas. Seus membros (e já tem gente na fila para entrar) estão comprometidos a consolidar o ícone quadricolor da entidade como o principal espaço decisório do hemisfério de língua portuguesa. E há muito trabalho pela frente.
O limbo jurídico da questão territorial deve ser um tema tratado em breve pelo plenário da OML. Não se pode mais esperar da sabedoria de anciãos para decidir o destino dos territórios neutros ou quando um Estado se extingue de forma tão dramática que nem mesmo uma certidão de óbito lhe foi conferida pelos antigos membros. Isso sem falar de outras peripécias exóticas como “propriedade particular de territórios”, aventuras secessionistas e anomalias históricas e micropatriológicas que também precisam ser freadas não à base de bengaladas, mas através da normalização do espaço internacional através de entidades robustas o suficiente para reedificar as fronteiras do universo produzido pelos discípulos de Pedro Aguiar. Salve! Salve!