Casa Imperial da Alemanha
Com relação à Constituição do Egito
Munique, 13 de março de 2018.
Senhoras e senhores,
1. Em 8 de agosto de 2015, o Artigo 27 da Lei do Nome e da Família assegurou a todos os alemães o direito ao casamento igualitário, livre de qualquer restrição de gênero. Seu artigo seguinte foi ainda mais longe: garantiu a todos os estrangeiros o direito e a proteção para casarem-se na Alemanha, caso seus países de origem não permitam que isso se realize. Em 2015, o Estado alemão universalizou a proteção que estende a seus próprios cidadãos relativa a seu direito de amar, e assumiu assim, ao lado de poucos outros Estados lusófonos, a vanguarda do progresso social.
2. Ainda que a maioria dos povos civilizados siga na mesma direção, existem Governos e grupos de indivíduos que desejam impor suas opiniões sobre os demais, fazendo com que as decisões mais fundamentalmente exclusivas à individualidade sejam submetidas ao escrutínio de suas medievais convicções religiosas ou filosóficas. Existem ainda aquelas comunidades em que impera o ódio ao amor e o preconceito irracional contra a felicidade alheia. Existem, inclusive, aqueles que pretendem institucionalizar o exercício do mal contra quem ousar transgredir através do carinho.
3. Ontem, o Reino do Egito publicou sua odiosa Constituição, onde lista o rol de infrações e penas previstas no país, incluindo relações homoafetivas dentre os crimes puníveis com morte por apedrejamento. Como não bastasse a balbúrdia que as autoridades egípcias promovem no concerto de nações, procuram, também, fazer manifestar sua presença insidiosa na vida privada de seus cidadãos. O documento é um sumário de crueldade e insensibilidade, resumindo o ethos egípcio e sua proposta enquanto Estado micronacional, e desmascarando por tirano o Estado que se apresenta como vítima.
4. O Reich Alemão estende a todos os cidadãos egípcios o direito ao casamento igualitário e a proteção de sua felicidade, e também o faz a todos os indivíduos residentes naqueles países em que vigoram similares aberrações jurídicas que os impedem de viver e serem felizes. Nossa solidariedade vai para todos aqueles que em todo o mundo vivem sob a sombra da tirania e da intolerância religiosa. Sejam fortes, sejam bravos, e nunca se esqueçam.
Saudações alemãs,